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Somos quem podemos ser. Sonhos que podemos ter.

  • Cartografias Subjetivas
  • 18 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 19 de nov. de 2020

Essa música dos Engenheiros do Hawaii me lembra um fato corriqueiro: minha mãe sempre diz que sonha comigo. Quase toda semana ela conta as aventuras que vivi na noite anterior. E o que mais nos chama a atenção, é que no sonho dela, sempre sou criança.


Geralmente tenho uns 5 anos de idade e estou de mochilinha nas costas viajando o mundo. Seja à pé, de ônibus, avião e até navio! Quando ela me conta essas histórias, imagino: “como é que aquela figura tão pequena pode ser tão ousada no sonho?”


De fato, minha mãe me acha corajosa por já ter viajado ao exterior, ter conhecido novas culturas e vivido novas experiências. Entretanto a definição de coragem pode ser diferente para cada um de nós: para mim, ela é muito corajosa por se manter autêntica ao seu humor e carisma, trabalhar no que ama, fazer o que acredita e além disso criar 4 mulheres nesse mundo.

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Gosto da explicação da palavra coragem pela pesquisadora Brené Brown em seu TED Talks “O poder da vulnerabilidade’’. O termo vem do latim “cor”, que significa “coração” e a definição original era contar a história de quem você é com todo o coração.


Sim, é preciso coragem para ser quem você é e agir de acordo com o que acredita. A mente aponta caminhos lógicos e seguros, mas o coração é o guia das escolhas mais corajosas.


Eu não tinha 5, mas 24 anos quando viajei ao exterior pela primeira vez, através de um intercâmbio no Canadá. Lá conheci a Sandra, uma gaúcha que adorava as crônicas da escritora Martha Medeiros, sua conterrânea. A paixão dela me despertou curiosidade e logo me tornei fã também.


“A liberdade de qual eu falo é a de ser o que ainda não tentamos”. Eu poderia tatuar essa frase da Martha.


Ir a lugares desconhecidos, fazer terapia, enfrentar o medo de dirigir, aprender a andar de bicicleta depois de adulta, viajar sozinha, saltar de paraquedas, escrever e então publicar… Tudo isso exige coragem e a liberdade de ser o que ainda não tentamos.


Escrever por exemplo - como eu encaro a escrita e tudo o que ela me pede pra te contar? Sobre mim, os outros, o que vejo e sinto, sobre a vida, sobre nós? Como eu tiro minha máscara de adultice, e me deixo ver espontânea e vulnerável como uma criança?


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E pra você, como é? Sim, eu e você que estamos aqui agora tendo essa conversa, como é (me conta!) ser quem você se tornou?

Fazer o que você faz hoje?

O que você gostaria de tentar de novo?


Os sonhos da minha mãe quando eu tinha 5 anos me lembram dos meus próprios sonhos hoje aos 32. É como um convite para viajar dentro de todos os desejos guardados naquela pequena mochila, entre cadernos, lanchinhos e brinquedos.


Às vezes me pergunto porque a conhecida frase da nossa infância o que você quer ser quando crescer?” não é mais ouvida depois de alguns anos.


Como se crescer se resumisse à altura ou à idade... que tolice! A gente deveria sempre querer ser mais alguma coisa, mas pararam de nos perguntar, e a gente se viu com as mesmas respostas que criamos quando criança - ou pior, nos esquecemos de todas elas.


Concordo com Humberto Gessinger que somos quem podemos ser, e podemos ser muitas coisas!


Convido você a não esperar te perguntarem de novo, mas você mesmo se questionar, com coragem e liberdade para transformar essa pergunta-sonho em realidade:

O que você quer ser quando crescer?

O que você ainda quer ser?



Thaís Gurgel


 
 
 

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