Desventura
- Cartografias Subjetivas
- 8 de set. de 2020
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Diante das sete rachaduras do espelho
Inicia-se a jornada
Que por superstição
Atinge superior alçada.

A princípio uma noite de insônia
Que, com o infinito pesadelo,
Desperta o medo sem zêlo.
Da segunda,
Um indício de sorte,
Ao ver ao longe
A materialização do suporte.
Da terceira,
O espectro de um passado,
De tormentas
Que fora, enfim, abandonado.
Da quarta,
Preenchendo a alma
Com a esperança
Que traz a plena calma
Já da quinta e da sexta,
Retoma-se a realidade,
De um descuido
Repleto de austeridade
Até a chegada da sétima,
Que sepulta
A falsa esperança
Da paixão oculta
E o que resta
É a reflexão
Ao olhar para trás,
Adquirir a percepção
De que dessa desventura
A maior infelicidade
Foi ter acordado
Meia hora mais tarde.
Guilherme Rossi Cirelli
Maravilhoso! Acordar meia hora mais tarde, só!