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Cartografia (des)colorida

  • Cartografias Subjetivas
  • 21 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Aviso aos navegantes que esta cartografia leva a lugares onde o desconhecido

rege o conhecimento do cartógrafo.

Trata-se da jornada sobre as águas do daltonismo (des)colorido do cartógrafo,

o descobrimento dessas águas antes inavegáveis, que se desdobraram em

mares de tormentas até alcançarem o domínio de águas que lhe cercam e

cercarão durante suas novas navegações.

O fio da navalha donde vislumbra de um lado as cores ditas como certas e de

outro, os tons vistos como incertos, é o (não)lugar, banhado por águas turvas,

que o Capitão revela como Vela com que percorre seus navegares.

Feito o alerta, fica o navegante convidado a percorrer caminhos outrora

(in)imagináveis.


O ponto de partida ludibriou o Capitão

Mar calmo, que não forma bom marujo,

Do zarpar às primeiras léguas,

Paz e tranquilidade à tripulação.


Até que o relâmpago irrompeu a escuridão

E se iniciou a busca pelo subterfúgio

A fim de se conseguir uma trégua

Da tempestade que levaria à destruição


O mapa já conhecido até a terra

Da fruta cítrica cuja coloração

Revela sua nomenclatura

Não mais levava ao destino prometido



E por maior que fosse a maestria na navegação

Norteada pela orientação dos que ali já conquistaram

Os frutos enriquecedores,

O destino se apresentou como verdadeira ilusão.


O dito como certo,

Reafirmado como presente

Foi visto como ausente

Pelo Capitão,

Que fora tido como encantado

Pelo canto da sereia

Por toda sua tripulação.


Deposto do comando do leme

Viu-se diante de um motim

Comandado pela oficial da Coroa

Exposto sobre a prancha

Em direção à queda-livre

Que lhe aprisionou na ilha

Da destituição.


E ali, ante a insolação

Sem encontrar uma sombra em Sexta-feira

Que lhe acolhesse e acompanhasse

Espantando a solidão.


Recentrou-se

Na bússola que não aponta o Norte,

Posto que se mostrou como um borrão

Cinza, sem a clareza que lhe fora dita.

Ressignificou a certeza

Tendo como sua incerteza


A única possível

Visão.


No traçar de novas direções

Cujas “semi”tonalidades lhe proporcionaram sentido

Encontrou na nova Oficial

A mesma resistência

E para se livrar de uma nova tragédia,

E também do que já fora sentido,

Optou por dar novo sentido

Ao teatro de suas navegações

Guiando-se pela comédia,

Vibrantes entonações,

Leves colorações

Reestabelecendo a flutuação

Da embarcação

Rumo ao certo-incerto

Destino final.


Guilherme Rossi Cirelli

 
 
 

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